SAÚDE MENTAL: INCLUSÃO DOS SENTIMENTOS

Levar mais #autoconhecimento às organizações tem me permitido algumas reflexões em torno das discussões sobre a #saúde mental para lidar com o problema que tem afetado os indivíduos e os negócios.

Neste primeiro mês do ano, diante dos dez anos da campanha #janeirobranco, o tema ganhou mais espaço nos ambientes organizacionais. Trago minhas contribuições com intuito de gerar trocas significativas e trazer novos e mais elementos para provocações na tomada de decisões e na condução de programas e práticas organizacionais que delimitam a responsabilidade compartilhada que cabe também às organizações, aos líderes e às áreas responsáveis por pessoas. Para tanto, começo com reflexões que valem para os indivíduos e o lugar que ocupam na organização. Consequentemente, isso impacta o ambiente corporativo.

  1. Atribuímos à mente a resolução de questões que não estão somente a cargo da razão, do raciocínio e do intelecto. Os problemas e sintomas de ansiedade, crises de pânico, esgotamento mental (Burnout), estresse, depressão e crises de angústia contêm elementos emocionais também. Estamos falando de saúde emocional que ainda não está no rol de prioridades ou não é vista como fundamental para incluir as nossas vulnerabilidades, idealizações, dores, vergonhas, culpas… Mente saudável é ir além da vontade do ego. Não é abrir mão do ego, mas não ser guiado somente por ele. 
  1. Sobrecarregamos a mente com questões emocionais que não são vistas e cuidadas ou ainda trazidas à consciência. É comum que as pessoas confundam “não sentir” com maturidade emocional. Não é! Negar os sentimentos não é sinal de inteligência emocional.
  1. É muito comum também que as pessoas confundam sentimentos com pensamentos. A maturidade emocional se dá quando temos coerência entre os nossos pensamentos, sentimentos e atitudes conosco e nos relacionamentos. Há quem fala manso, é agradável e solícito, mas a pessoa não se expressa, não se coloca, se submete ao outro. Já as pessoas que falam pouco podem parecer mais calmas, respeitosas, sábias, mas só cada um pode verdadeiramente revelar se – por trás deste comportamento – não há pensamentos de julgamentos e críticas que apenas não são ditas, não reveladas. Ou ainda quem confunde expressar as emoções com imposição da sua vontade e às vezes com agressividade confundida com força ou poder. É aí que o autoconhecimento é primordial porque se trata de ir além dos pensamentos que podem esconder sentimentos.
  1. O uso das expressões “controle emocional” ou “domínio das emoções” ainda carece de uma análise semântica mais aprofundada. Os reais sentimentos tendem a estar mais escondidos, negados, especialmente quando não são sentimentos validados como certos, corretos. Controlar não é negar. Controlar ações e reações é diferente de sentir e nomear qual a emoção ou ainda os sentimentos envolvidos. Sentir não é agir.
  1. Por isso, motivação é a palavra de ordem. O que importa – de fato – é a intenção, a motivação, os por quês estamos tomando essa ou aquela decisão. O ser humano tem motivações saudáveis e negativas também. Saber reconhecer e diferenciar essas motivações é uma arte que exige uma certa dose de autoanálise. É comum que as pessoas acreditem que determinar os comportamentos – ou seja, uma atitude externa, um tom de voz – sejam suficientes. Mas o fundamental é avaliar as motivações de um determinado padrão de ação, de respostas às situações da vida.
  1. Ações baseadas no medo, na vaidade, no controle, na dependência, na culpa, na vergonha, na hostilidade, na ausência, no reconhecimento externo ou melhor na aprovação externa são alguns exemplos que merecem uma autoanálise. Ninguém é “sempre assim” ou “nunca faz isso”. Os extremos (ou/ou) são imaturidades Não é um pensamento “ou/ou” (certo ou errado, bom ou mal, por exemplo), mas uma postura de inclusão das motivações positivas e de conscientização das motivações negativas. É incrível como a verdade das motivações traz movimento espiral para as organizações e aos indivíduos. Todos ganham! 
  1. Só uma autoanálise para ouvir as vozes que moram dentro da gente. Conhecer nossa real autoconfiança em nossa autoexpressão. Os sentimentos não sentidos podem ser expressos, percebidos ou revelados também no corpo: um frio na barriga, um aperto na respiração, mãos geladas ou suadas, entre outros sintomas que o próprio corpo revela que estamos usando a mente para controlar e dominar alguma emoção, reação emocional ou sentimentos. Não é saudável deixar de reconhecer os reais sentimentos. Isso vai gerar um desequilíbrio. No entanto, é preciso dedicação para aprender a ampliar o repertório de sentimentos. Preventivamente é mais leve. Nas crises fica mais intenso, dolorido ou frustrante.
  1. Quanto esforço cada um faz para ser ou parecer quem não é. Existe muita idealização e se faz confusões gigantescas entre necessidades adultas e necessidades infantis. Neste território, só autoconhecimento mesmo! Afinal, olhar com profundidade para as motivações. Só um ato de vontade para querer se autoconhecer e ir além dos comportamentos externos.
  1. Levando esta abordagem para o coletivo, é relevante dizer que um indivíduo afeta e é afetado dentro de um sistema como as organizações. Por isso, cada um é o ponto de partida e sua transformação pessoal impacta o ambiente. Coletivamente, as organizações também podem ocupar um lugar para contribuir com o amadurecimento deste tema, aprofundar nas suas causas e efeitos de forma transparente e colaborativa para contribuir com um problema que impacta os negócios, mas também é um problema social, de enorme impacto na sociedade. Afinal, o trabalho é um local provocativo para desencadear reações nas relações. Aqui também o que direciona é a motivação da empresa, dos negócios. O desafio passa por delinear como pode ocorrer uma troca, um apoio saudável entre os profissionais nas organizações, sejam líderes ou não.
  1. Promover um ambiente mais sadio pode ser possível ao aliar a identidade e a cultura de uma organização numa direção que inclua a coerência entre discurso e prática sobre os impactos da saúde mental aos negócios. Clareza de propósito, de valores e de crenças com mais autoconhecimento que inclua os reais sentimentos e motivações. Ir além do discurso! Isso vale na relação da organização com os indivíduos, os líderes, as áreas e também no diálogo transparente com as partes interessadas e steakeholders. Ter princípios claros e uma escuta ativa em torno de situações reais contribui para estratégias e ações táticas mais consistentes e verdadeiras.
  1. Essa escuta inclusive direciona a criação de ações voltadas ao bem-estar. Hoje em dia, ter inúmeras ações e muitas vezes não saber para onde ir, o que priorizar ou os por quês de determinadas ações podem ser armadilhas. Ter cuidado ao excesso de fazer, de ações, de automatismos (como fazer porque “todo mundo” está fazendo). Ter conexão com a cultura.
  1. Um exemplo bastante comum são às críticas aos programas de bem-estar que oferecem meditação e outras técnicas de respiração, por exemplo, sem antes gerar provocações do status quo com relação aos padrões de comportamento incoerentes com ações, como relações tóxicas, postura de líderes entre outras situações que podem ser mais um dos fatores que geram esgotamento mental, excesso de atividade, compulsões. Não tem certo ou errado. Tem escolhas possíveis atreladas às reais motivações. O que importa são as motivações. Priorize! Menos é mais! Foco!

A Campanha #janeirobranco e datas semelhantes como o Dia Mundial da Saúde mental (10/10) e Dia Nacional da Luta Antimanicomial (18/05) possam impulsionar mais movimento e estímulo para a efetivação de políticas públicas e certamente estimular organizações e a sociedade civil politicamente organizada na criação de um movimento positivo em torno da saúde mental. Ao meu ver, é preciso um novo olhar! Incluir os sentimentos. Aí mora um novo território porque o desafio é direcionar as decisões em posturas adultas sem emaranhados com as necessidades infantis e imaturas. Sem generalizações ou rótulos. Sem reforçar a transferência que se faz os líderes e afins das autoridades parentais.

É claro que essas reflexões provocativas não se esgotam por aqui e podem ser lidas com diferentes “tons de voz”. Assumi correr este risco escrevendo porque realmente acredito que este assunto merece cuidados de muitos ambientes organizacionais assim como outros temas que já tratamos por aqui como sustentabilidade.

Quero contribuir de alguma forma e estou à disposição para mais trocas. Afinal, acreditamos que o negócio e a cultura acontecem nas interações. Trocas sadias, focadas e significativas são capazes de transformar as pessoas, as organizações e até o mundo. Que o primeiro mês de ano tenha sido uma oportunidade para escrevermos novas metas, novas posturas para lidar com as adversidades da vida e que mais gente se sinta tocado por contribuir com mais vida, à serviço da vida.

Daniela Reis, idealizadora da Navigo Facilitação. Promovemos estrutura, processo e segurança psicológica para que grupos possam identificar problemas, desenhar caminhos e tomar decisões nos desafios dos negócios. Para isso, usamos a facilitação e o autoconhecimento para cocriar estratégias criativas de negócios e potencializar uma liderança facilitadora na solução de desafios complexos.

PROPÓSITO: FORÇA MOTRIZ DE UMA ORGANIZAÇÃO

Há quem se irrite ou torça o nariz quando falamos do propósito de uma organização. Sabemos que alguns termos e conceitos ficam desgastados porque são usados de maneira distorcida ou apenas tornam-se frases de campanhas de comunicação, perdendo a força do seu significado no dia a dia. Mas estamos falando da clareza de uma intenção, da motivação, da vontade e do desejo de chegar a um objetivo de longo prazo. De um problema real e relevante a ser resolvido, com impacto para além da própria organização. O que move a organização e o a razão de existir de um negócio – esse é o propósito.

Tanto que a frase do filósofo estoico Sêneca (4 a.C -65) Se uma pessoa não sabe a que porto se dirige, nenhum vento lhe será favorável” tem sido bem popular para expressar a relevância de saber para onde está indo. Esse pensamento antecedeu o matemático britânico do século 19, famoso por escrever Alice no país das maravilhas quando o personagem de um Gato pergunta para a Alice “Para onde você vai?”. Ela responde “Não sei. Estou perdida!” e o gato retruca “Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve.”

Transferindo essa reflexão o para o ambiente empresarial, o termo “Golden Circle” cunhado em 2009 (isso mesmo! Mais de 10 anos!) por Simon Sinek – tem sido uma inspiração para popularizar a importância do propósito, das razões, dos “por ques”, dos motivos que guiam uma liderança inspiradora chegar na essência do negócio. No entanto, há inúmeros autores e estudiosos no tema, inclusive filósofos e líderes da contemporaneidade.

Ainda no final dos anos 90, o propósito era tateado pela missão e visão de uma organização. Questões abordadas em identidade de marca institucional, posicionamento de mercado institucional (incluindo sustentabilidade), cultura organizacional e seus efeitos na imagem, reputação. Com os anos, esses temas estão ganhando sinergia e interdependência, como por exemplo com branding e ESG. Por vezes, a motivação ainda é diferente. No entanto, os ganhos já são mais visíveis aos negócios e à sociedade.

Entre os ganhos para um novo negócio – a exemplo das scaleups nos últimos anos – ou ainda transformações de organizações consolidadas no mercado, ter a firmeza do que se quer é imprescindível para não desistir durante a trajetória. Certamente, haverá períodos turbulentos e difíceis. O propósito dá o norte para encarar as tempestades no caminho. E assim, ter também quem se alinhe e se inspire com a essência da organização, angariando profissionais que também irão se motivar para pertencer a uma causa, um negócio que traga valor para a sociedade de alguma maneira. Cada vez mais os profissionais estão buscando conexão entre o trabalho e sua singularidade, seus potenciais e seu sentido de vida. São reflexões que vão além da razão. Incluem questões afetivas e emocionais.

É claro que só propósito não traz senso de pertencimento. É preciso que a filosofia de como se caminha em direção a esse objetivo seja coerente com a prática neste ambiente tão complexo, sistêmico, volátil, ambíguo, dual, vulnerável, incerto que são as organizações (inclusive o mundo.rs). Enfim! Por isso, que as crenças, os valores e ainda princípios, bandeiras de responsabilidades, marcos e metas (incluindo as metas de curto prazo de metodologias ágeis), por exemplo, ajudam na materialidade do caminho rumo ao propósito.

De toda forma, acreditamos que é preciso desejar sair do automatismo que somos engolidos nas tarefas diárias. Olhar o que está por trás das atividades e da rotina para trazer essa reflexão com mais consciência, compreensão e sabedoria. Para isso, ter a abertura ao autoconhecimento. Saber internamente as causas, as intenções, as vantagens e desvantagens para as tomadas de decisões, sejam elas individuais (de empreendedores, líderes, profissionais) ou coletivas (times, diferentes áreas, pares e agentes de mudança).

É tão comum ainda que essa reflexão se confunda com uma campanha de comunicação para se ter uma frase inspiradora escrita por criativos que depois é esquecida na operação da organização. Mas nossa experiência na Navigo – especialmente em tempos de pandemia – tem comprovado que a identidade de uma organização é fruto de uma visão clara do propósito e dos objetivos estratégicos e isso traduz o valor do negócio. Mas quem faz acontecer são as pessoas! Elas são as raízes que permitem à organização fluir e crescer. Cultura é feita na interação das pessoas, com senso de pertencimento, colocando em prática valores e crenças.

É possível que cada líder e time encontre o fio condutor entre as atividades realizadas diariamente com o significado disso para a longevidade da organização. Quanto mais gente remando na mesma direção, mais fluidez e firmeza para não desistir durante a trajetória!

Aproveitamos então para compartilhar o manifesto da Navigo, que traz o propósito e filosofia que imprimimos nos projetos que facilitamos. Clique aqui e assista ao vídeo.

 

CRENÇAS: VALORES EM AÇÃO

Faz tempo que ensaiamos falar sobre a diferença entre crenças e valores. Esse tema gera confusão e um emaranhado na identidade de uma instituição e seus princípios. Crenças ajudam na tradução da filosofia do negócio e guiam as atitudes esperadas, mas ainda não são os comportamentos e ações. Os valores são as motivações que ancoram as crenças, o que está por trás do que se acredita na cultura da organização.

Valores essenciais

Trazer à tona os valores essenciais exige reflexão. Fazer isso em sessões de facilitação têm sido um presente porque traduz a verdade daquele ambiente. Não se trata de certo ou errado, mas da conexão entre as pessoas. O que se deseja, o que é valorizado. É claro que ainda existe uma mistura entre valores fins e valores “meios”. Dinheiro, trabalho, por exemplo! São meios para chegar aos valores essenciais. É relevante olhar as intenções! Por que e para que tal valor.

Crenças centrais

Expressam o jeito de ser da organização, facilitando a compreensão e a interpretação dos valores em ação e da visão de mundo. São pressupostos e diretrizes para ações estratégicas, táticas e operacionais, desde a alta liderança até as equipes mais operacionais. Um viés equivocado é achar que “todo mundo” deve agir, pensar e ser igual. Não é bem assim!

É importante dar espaço para cada um expressar o seu jeito, o seu comportamento! Mas, com certeza, as crenças ajudam na clareza que alguns comportamentos não cabem em determinados ambientes. Esse “cascade” é um baita desafio. Afinal, um equívoco bem comum é idealizar o discurso sem olhar para a rotina das áreas, dos times, dos indivíduos que envolve estrutura, processo e pessoas.

Exemplos têm o potencial de parecer vazios e simplórios porque dependes muito do contexto do negócio, da vibração, da verdade, do entusiasmo de cada grupo, de cada organização. Mas vamos arriscar:

O valor INTEGRIDADE! Dentro de diferentes organizações terá seu significado mais relevante na crença que pode ser:
• Pessoas íntegras se responsabilizam pelos seus atos!
• Assumimos e aprendemos com os nossos erros.
• Questionamos a lei, dentro da lei e da ética
• Não temos medo de errar
• ….

Ainda assim, é relevante olhar a motivação, o porquê da crença. Nesta análise, cabe avaliar crenças que também podem ser limitantes! Meias verdades quando nos deparemos com generalizações, concepções de massa, frases de efeito. Dependendo da organização, tem um significado e repertório específico.

Coerência de valores e crenças

Encontrar a linha tênue e a coerência entre a definição de valores, das crenças e da proposta do negócio. É aí que a comunicação, a narrativa, pode ser uma armadilha! O discurso feito com base na verdade, nos comportamentos atuais, nos pensamentos e sentimentos tem mais aderência, especialmente quando se trata de relações saudáveis e de longo prazo.

O papel da comunicação de propósito, de objetivos estratégicos diz mais sobre a direção, a intenção, o desejo a ser alcançado. Nem sempre é o que está ocorrendo no momento ou a fotografia do presente. É a bússola! Nessas horas é preciso abrir mão da idealização, de valores meios, de aparência e de segundas intenções, além das crenças limitantes. É fundamental valorizar o anseio, a meta e os esforços diários nas ações das áreas, dos times e dos indivíduos.

O papel das lideranças

Na gestão de pessoas, líderes são inspiradores, multiplicadores e também são as pontes entre os valores e crenças de uma organização. Deixar esse desafio apenas para uma área, usualmente de comunicação interna, de RH ou ainda de sustentabilidade ou outras áreas criadas para ajudar na aterrissagem das crenças nas ações práticas das áreas, dos times pode ser uma armadilha.

Não tem receita! Mas, certamente, o momento atual pede uma revisita aos valores e crenças pelo olhar atual frente aos desafios de clima organizacional deste momento de pandemia, modelo híbrido de trabalho, saúde mental e emocional. Novos combinados que transformam o ecossistema.

Estamos vivendo dentro das instituições – seja nas grandes corporações, nas startups e scale ups – a expectativa de mais conexão que propiciem um senso de pertencimento. Pertencer tem mais a ver com fazer parte, ser incluído, visto, reconhecido por seus dons e talentos ou ainda estar junto de pessoas com interesses semelhantes.

Afinal, o senso de pertencimento não se dá porque somos iguais ou fazemos do mesmo jeito! Viva a diversidade também na singularidade de cada um!

Propósito, estratégia, posicionamento e princípios do sistema organizacional, tais como valores e crenças, contribuem para essa aterrissagem de conceitos no “fit cultural” entre profissionais e organizações e potencializa a identidade, imagem e reputação de um negócio.

Na Navigo, acreditamos que o negócio e a cultura acontecem nas interações. Trocas sadias, focadas e significativas são capazes de transformar pessoas, organizações e até o mundo.

comunicação como instrumento de alinhamento

A COMPLEXIDADE DA COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES

A comunicação é uma daquelas palavras que tem inúmeros significados. No ambiente corporativo não é diferente. Usa-se a palavra “comunicação” em muitas situações e contextos. Do latim communicare, significa tornar comum, compartilhar, trocar opiniões, associar. Enfim!  Comunicação é a ponte entre as relações.

 Nos estudos das ciências da comunicação, é possível encontrar inúmeras referências nacionais e internacionais para a arte de comunicar. Para efeito de contexto, vale compartilhar os conceitos de visão sistêmica e de comunicação integrada. Numa organização, é relevante encontrar o fio condutor consistente, coerente, simples e objetivo no discurso que reflita a prática e ainda dê sentido na conexão com seus públicos, ou seja, são relações.

Visão Sistêmica

Uma das citações mais populares para exemplificar a capacidade de um olhar um cenário mais completo do que apenas um fato isolado é dizer que se “olha a floresta, não só a árvore.” No ambiente dos negócios é uma capacidade esperada da liderança para que tenha um olhar sobre as relações de causa e efeito para as melhores avalições de cenários e situações para as tomadas de decisões. Por isso, a comunicação também é sistêmica. Não é linear! É transdisciplinar.

“Mix” da comunicação integrada

Um plano estratégico e operacional de comunicação deve abarcar para quem essa comunicação é direcionada, com que objetivo, por que, como isso será feito [neste sentido, as ações e os meios escolhidos], quando e quais os resultados esperados. É um desdobramento do plano estratégico do negócio e seu cascateamento com um plano e ação 5W2H.

A comunicação integrada será a expressão e tradução da identidade de uma organização em seu ambiente interno e externo – agora on line, presencial ou para usar um jargão dos profissionais da área (no ambiente off line). Temos então:

  1. Comunicação Institucional: Focada na abordagem para reforçar a identidade, imagem e reputação de uma marca. Esse público nem sempre é seu cliente, mas os segmentos influenciadores que vão desde jornalistas, personalidades reconhecidas pela opinião pública, estudiosos e especialistas no tema do negócio, autoridades governamentais e regulatórias, sociedade politicamente organizada, entre outros stakeholders envolvidos. Por isso, uma relação mais direta desta finalidade de comunicar com os processos de governança corporativa. Uma prestação de contas aos acionistas, sociedade e partes interessadas direta ou indiretamente no negócio.
  2. Comunicação Mercadológica: Foco em vendas! O público aqui são clientes sejam eles os usuários ou compradores de produtos e serviços. Áreas de Marketing, de Vendas direcionam seus planos focados na intenção de estabelecer essa venda que inclui toda a cadeia direta de valor do ciclo de vida de um produto ou serviço. Mas é claro que as atitudes refletidas nas ações, nos caminhos escolhidos para atingir os resultados e as vantagens competitivas impactam a imagem e reputação. Marketing também é um processo sistêmico! O processo de comunicação também está presente o tempo todo!
  3. Comunicação Interna: Foco no público interno. As relações entre os líderes e seus times, a integração entre as áreas, as pessoas. Sejam pelas redes formais ou informais, legitimadas ou não dentro de uma organização. Mais do que nunca, a relação com os funcionários tem sido priorizada na nova economia. Conceitos como o EVP (Employee Value Proposition), jornada do colaborador, marca empregadora dão lugar a uma comunicação interna mais estratégica, conectada com a identidade da marca e a construção de imagem e reputação.
  4. Comunicação Administrativa: Antes vista como um apêndice da comunicação interna, ganhou mais relevância no ambiente dos negócios com os novos modelos de processos logísticos que incluem fornecedores, parceiros, terceiros e intermediários que impactam a gestão da empresa. Fluxo contínuo de informações para a integração entre as áreas, relacionamentos com a cadeia de valor. Aqui! O papel das lideranças é imprescindível para a costura e integração refletida numa comunicação não só eficiente, mas eficaz!

Esses conceitos ajudam a entender um pouco a fragmentação vivida ainda no ambiente dos negócios [e da humanidade.rs] e que evolui a cada dia numa velocidade mais exponencial porque as interligações estão ficando mais evidentes. Isso é muito bom! A interconectividade e a tecnologia estão aí para auxiliar na longevidade da humanidade e dos negócios. A teoria serve para nos ajudar a lidar com a prática. Os desafios gerenciais e dos negócios também passam por lidar também com todos os ruídos e erros que ocorrem quando se caminha.

Comunicação é efeito! Não é causa! Quanto mais verdadeira, mais conexão gera! A gestão da marca e os conceitos de branding também ajudam porque a identidade de uma organização é fruto de uma visão clara do propósito e dos objetivos estratégicos e isso traduz o valor do negócio.

Mas quem faz acontecer são as pessoas! Elas são as raízes que permitem à organização fluir e crescer. Cultura é feita na interação das pessoas, nas trocas sadias, com senso de pertencimento, colocando em prática valores e crenças. Comunicação é consequência!

Interações sadias, focadas e significativas são capazes de transformar pessoas, organizações e até o mundo. A Navigo utiliza a facilitação e o autoconhecimento para cocriar estratégias criativas de negócios e potencializar uma liderança facilitadora na solução de desafios complexos.

QUANDO “FAZER JUNTOS” FAZ SENTIDO PARA O NEGÓCIO?

Independente se o projeto é liderado por RH, Sustentabilidade, áreas que cuidam da identidade da marca e da cultura, a alta liderança ou os responsáveis pela gestão de uma área do negócio, envolver as pessoas amplia o olhar com uma visão mais sistêmica dos negócios sem perder o foco do objetivo específico.

Mas, reunir os líderes e os times acaba sempre se tornando um desafio, seja qual for sua área de atuação ou de expertise, não é mesmo? Falta de clareza de objetivos, opiniões conflitantes, sensação de tempo perdido são alguns dos fatores que levam muita gente a querer fugir desse tipo de interação.

O problema não são as reuniões – remotas ou presencias, organizacionais ou open-source, cotidianas ou formais. O que as tornam as grandes vilãs da improdutividade são a falta de estrutura, de processo, de foco e principalmente de engajamento.

E é aí que a facilitação entra promovendo estrutura, processo e segurança psicológica para que os grupos de trabalho possam identificar juntos os problemas, desenhar caminhos e tomar decisões em desafios de negócios. A facilitação busca incentivar a participação, a colaboração e gerar espaços de diálogo que catalisam a inteligência coletiva.

O valor de envolver as lideranças, os times, os stakeholders e os agentes de mudança na cocriação de soluções para os problemas de negócio, de marca e de cultura é visível já no curto prazo. Afinal, as melhores respostas para problemas complexos que lidamos todos os dias, residem na análise profunda do próprio problema, realizada pelas próprias pessoas que o vivenciam e na integração de seus múltiplos pontos de vista.

Os benefícios da facilitação
  • Promove a participação de todos na discussão e mantém a discussão nos trilhos
  • Sintetiza, organiza e registra as ideias do grupo
  • Certifica que as suposições são apresentadas e analisadas
  • Questiona e sonda para estimular profundidade de análise
  • Ajuda o grupo a lidar com diferentes pontos de vista e opiniões
  • Cria regras de conduta que geram um clima efetivo de trabalho
  • Auxilia o grupo a acessar recursos dentro e fora do grupo
  • Cria um percurso de aprendizado, descoberta e associação de ideias
  • Conclui discussões e identifica próximos passos.
Quando aplicar a facilitação?

uso da facilitação

 A facilitação pode ser utilizada basicamente em qualquer situação em que a compreensão de informações, o desenho de novas soluções e o comprometimento de um grupo sejam necessários.

Gestão: Voltado aos gestores, conselheiros, alta liderança, comitês, grupos de trabalho, áreas de negócio.  A facilitação neutra, com olhar externo ao negócio, pode somar em problemas complexos, estratégia, planejamento, processos e interfaces, indicadores e OKRs, incluindo reuniões criativas para a solução de problemas, mediação de conflitos e tomada de decisão.

 Sustentabilidade: Os profissionais provenientes dessa área conhecem mais o conceito da facilitação, especialmente por conta da importância da escuta ativa de partes interessadas e o engajamento de stakeholders a um determinado negócio de impacto ambiental, social, cultural, político e econômico para o meio ambiente e a sociedade. A grande diferença aqui é se a sustentabilidade faz parte da cultura, do DNA da organização ou se é uma questão pontual ou tática capitaneada por alguns profissionais da área dentro da organização.

Recursos Humanos: É a área que cuida das pessoas na organização. O desafio dos profissionais é manter a linha tênue da gestão das pessoas e da ponte com o negócio. A definição de papeis entre a área e os líderes dos times. Os profissionais de RH são mais abertos ao valor da cocriação, do fazer junto, sem perder o foco do negócio. Já sentem na pele a importância de alavancar a inteligência coletiva.

Identidade de Marca: Fruto de uma visão clara do propósito e dos objetivos estratégicos e isso traduz o valor do negócio e da marca. Mas quem faz acontecer são as pessoas! Elas são as raízes que permitem à organização fluir e crescer. Cultura é feita na interação das pessoas, com senso de pertencimento, colocando em prática valores e crenças.

 O papel de um facilitador é guiar os participantes pelo processo, manter o rumo da discussão, provocar o grupo a refletir criativamente, encorajar e dar voz a todos e ajudar o grupo a chegar em um padrão de ação de forma produtiva.

Na Navigo usamos a facilitação e o autoconhecimento para cocriar estratégias criativas de negócios e potencializar uma liderança facilitadora na solução de desafios complexos. E você? Quer nossa ajuda para facilitar a construção coletiva com times colaborativos e alavancar a inteligência coletiva em sua organização? Fale com a gente

Construção de conhecimento coletivo

TREINAMENTO E CAPACITAÇÃO À LUZ DA FACILITAÇÃO

O conceito de facilitação tem sido amplamente disseminado no âmbito educacional. Afinal, o professor do século XXI é um mediador que cria condições de aprendizagem na sala de aula e ainda gera meios para que o aluno “aprenda a aprender”. No contexto empresarial não é diferente. As facilitações têm sido um mindset inovador exatamente por estimular a prática, o aprender fazendo e a troca de inteligências dentro de uma organização. Tanto que não faltam exemplos de situações e investimentos em cursos, palestras ou outras ações de treinamento e capacitação que não têm o resultado esperado no desenvolvimento de lideranças ou de times, principalmente quando são temas de gestão, de competências socioemocionais e de autoconhecimento, que são nossas áreas de atuação.

Por mais importante que seja a teoria sobre determinado assunto, o impacto nos negócios e na cultura acontecem quando as pessoas que estão vivenciando um problema, uma dificuldade, experimentam a força de um conhecimento aplicado às ações no dia a dia. Isso vale tanto para a alta liderança como na média gerência.

Para exemplificar o que estamos dizendo, uma facilitação realizada com um grupo de executivos leva em consideração o cenário real daquela organização. O desafio pode ser, por exemplo, a gestão de conflitos, a falta de visão estratégica e de pensamento sistêmico, a gestão do tempo, o planejamento e condução de reuniões ou ainda o estabelecimento de metas. Enfim! Habilidades e competências gerenciais, de liderança ou de comportamento. O facilitador cria situações que refletem o dia a dia e estrutura um ambiente de aprendizado para a troca e a capacitação do grupo, do time e da liderança.

O valor da prática na aprendizagem

O conhecimento teórico é usado como base para a aplicação no contexto daquela área, time ou até de toda a organização. A facilitação é um meio de diminuir a dicotomia entre a teoria e a prática, uma vez que os facilitadores organizam e também levam conhecimento e, junto com o time, delimitam os desafios e aprendizados para diminuir o “gap” entre o esperado e o realizado, a expectativa e a realidade.

construção de conhecimento pela prática

De quebra, a facilitação ajuda também ao refinar um diagnóstico ou testar na prática as hipóteses identificadas nas avaliações de desempenho e nos testes de personalidade. Na facilitação, se valida alinhamento cultural, competências e comportamentos esperados para aquele profissional ou grupo.

É claro que há casos quando o desafio é um conhecimento técnico específico. Pela nossa experiência, quando há troca sadia, focada, envolvendo executivos e stakeholders que conhecem profundamente um determinado tema técnico, a possibilidade de capacitação de profissionais torna-se bem mais exponencial quando os detentores do conhecimento técnico estão dispostos a compartilhar e incluir os diferentes saberes.

Ainda assim, as técnicas de facilitação ajudam muito neste contexto, pois acreditamos que os modelos mais participativos são diferentes de uma consultoria ou processo de coaching. São mais parecidos com uma mentoria, quando os profissionais têm mais possibilidades de desenvolvimento na carreira e ainda enxergam na organização uma maneira de aprender e evoluir em sua jornada. É um ciclo virtuoso que gera a retenção de talentos.

Facilitação é o mindset essencial para times colaborativos. A Navigo utiliza a facilitação e o autoconhecimento para cocriar estratégias criativas de negócios e potencializar uma liderança facilitadora na solução de desafios complexos. Promovemos estrutura, processo e segurança psicológica para que os grupos de trabalho possam identificar problemas, desenhar caminhos e tomar decisões em desafios de negócios.

E você? Concorda com nossa inovação para o desenvolvimento de treinamentos e capacitação de líderes e times? Quer nossa ajuda para facilitar a construção coletiva com times colaborativos e alavancar a inteligência coletiva em sua organização? Fale com a gente.

desafios da marca empregadora

GANHOS DO EVP NA JORNADA DO COLABORADOR

A principal diferença na facilitação de grupos com o objetivo de mapear ou desenhar a jornada do colaborador junto com os times de Recursos Humanos e as áreas do negócio é a clareza da proposta de valor ao empregado – EVP. Mas, com certeza, a facilitação possibilita caminhos mais criativos, engajadores e produtivos do que um modelo mais tradicional de reunião ou de consultoria para resolver os desafios estratégicos na gestão de pessoas.

Sobre a jornada do colaborador ou Employee Experience (EX)

Trata-se de olhar mais humanizado para a experiência do profissional, desde a fase de atração de novos talentos até a fase alumni, pós desligamento. A jornada centrada no colaborador, também conhecida como Employee Experience (EX), é usualmente capitaneada pela área de RH, com exemplos de parceria com as áreas de assuntos institucionais ou ainda Marketing. Essa jornada é equivalente ao conceito de customer centric ou centricity, muito utilizado nas áreas de marketing, inovação, desenvolvimento e afins, quando os serviços e produtos são vistos a partir da experiência do consumidor, cliente ou usuário – user experience (UX), em todos os pontos de contato com a marca.

Agrega-se a esse conceito, a convergência entre a gestão da marca institucional, que reverbera na imagem e reputação diante de stakeholders e da opinião pública, e a construção da marca empregadora para responder por que as pessoas escolhem a organização para trabalhar e por que decidem continuar trabalhando na organização, pela lente da experiência do profissional na organização.

É claro que um desafio complexo é ajustar às realidades, necessidades e expectativas de cada momento numa organização. Mas, arriscamos dizer que, a falta de uma proposta de valor ao empregado (EVP) única dificulta – no longo prazo – a conexão estratégica das ações definidas na jornada do colaborador com os resultados esperados nos negócios. No curto prazo, as ações implementadas têm um efeito de decolagem, mas recaem num ciclo vicioso de ações, campanhas de captação de talentos ou de endomarketing que não sustentam a marca empregadora, visto que não forma uma imagem coesa e única da marca em todos os pontos de contato. Logo, o EVP é o guia, o fio condutor das ações da marca empregadora ao longo da jornada, fortalecendo a cultura e dando coerência entre o discurso e as ações da marca empregadora.

Atualmente, remuneração e benefícios tangíveis como plano de saúde, vale refeição, bônus atrelado ao cumprimento de metas não são os únicos diferenciais para a retenção de talentos. Clareza no escopo do trabalho, autonomia, mobilidade, qualidade de vida, cuidados com a saúde mental e emocional estão entre os fatores que pesam para a permanência numa organização. Um EVP define atributos como benefícios e outras recompensas tangíveis e intangíveis explorados nas oportunidades de desenvolvimento, na organização e sua cultura aplicada às atividades do trabalho e nas interações com as pessoas e líderes, entre outras promessas.

Sobre o uso da facilitação na jornada

É aí que, independentemente do momento da organização, com ou sem jornadas desenhadas, o processo de facilitação cria vantagens ao incluir diferentes visões, opiniões e percepções dos profissionais, além de pontos fortes, gaps e caminhos para endereçar os desafios vivenciados por todos. Uma diversidade saudável de ideias, que gera legitimidade, relevância e engajamento no processo. E ainda possibilita obter mais conhecimento do público-alvo: líderes, times e potenciais colaboradores.

Modelos mais participativos e inclusivos têm gerado mais resultado no aprendizado on the job. Antigos modelos de treinamentos para capacitação e engajamento já não têm o resultado esperado no desenvolvimento de lideranças ou de times. As facilitações contribuem de forma diferente de uma consultoria ou processo de coaching porque os profissionais assumem a gestão e têm de fazer acontecer.

O processo de facilitação com um olhar isento e imparcial contribui para as reflexões de líderes e integrantes do RH na diferenciação dos seus papeis na integração do novo profissional. Afinal, tem sido uma mudança cultural nas organizações a responsabilidade compartilhada na gestão de pessoas: atribuição aos líderes, apoiada por Recursos Humanos que dissemina as políticas, os processos e as ferramentas de apoio que trazem a unicidade à organização.

As fases da jornada do colaborador e os ganhos de um EVP

É fundamental a imersão no ambiente da organização e do setor para identificar o contexto das principais fases da experiência do profissional que sirvam de apoio no desenho de um processo baseado na cultura da organização, incluindo a possibilidade de uma pesquisa de clima organizacional nos moldes da facilitação. Listamos aqui alguns pontos mais comuns abordados nas facilitações com líderes, times e áreas de RH apenas para ilustrar o que vale ser aprofundado e avaliado durante a construção ou a revisão da jornada do colaborador à luz da experiência dos profissionais e talentos, sinalizando os ganhos do EVP.

1. Atração de talentos: Oportunidade de mostrar as promessas da marca empregadora. Candidatos tendem a pesquisar sobre a empresa na imprensa, nas redes sociais, em sites de avaliação e carreira, nos canais de comunicação da própria organização, entre outros pontos de contato. Um EVP traz a singularidade da organização com promessas únicas da marca.

2. Recrutamento e Seleção: Várias fontes validam que empresa com uma marca empregadora mais forte do que seus concorrentes reduz os custos com recrutamento –  43% na redução do custo por candidato contratado, de acordo com o LinkedIn. É um gargalo! Perfis desejados nem sempre são facilmente encontrados, seja pela dificuldade de garimpar talentos, pela alta demanda de vagas no mercado, por exigência de experiência e conhecimento ou ainda pela urgência de preenchimento da vaga, entre outros fatores. Um EVP aumenta as chances de mobilizar talentos que tenham a química com o negócio e a cultura.

3. On boarding: Integração do profissional. Acolhimento que envolve a estrutura para o trabalho: saber quem é quem, com quem falar, como é espaço de trabalho, os rituais, o que é esperado do profissional. Mais do que dar as boas-vindas no primeiro dia de trabalho, são ações que se estendem nos primeiros meses para ajudar a vivenciar o ambiente de trabalho e criar um repertório cultural inicial. O ganho de um EVP nesta fase é quando a narrativa encontra a prática. Momento de aterrissar a proposta de valor ofertada nas percepções geradas pelas primeiras experiências com a organização.

4. Desenvolvimento e crescimento do talento: Momento que a troca se estabelece ao vivenciar o relacionamento com o líder, os pares e o time. Afinal, são as pessoas que permitem a organização crescer e fluir. Por isso, um plano de metas é essencial para nortear o trabalho e as prioridades. Já um plano de crescimento e desenvolvimento avalia o desempenho do que foi alcançado e quanto do que ainda carece desenvolver, seja de habilidades, seja de competências técnicas e/ou socioemocionais (soft skills). Um EVP materializa a promessa nas situações vivenciadas no dia a dia, pois o que foi prometido é experenciado e as expectativas são honradas, criando um senso de pertencimento, engajamento e comprometimento, fortalecendo a cultura da organização.

5. Promoção e Retenção do talento: Fase de estimular o desenvolvimento de políticas de retenção de talentos e ter diretrizes para lidar com as diversas situações como a eventual perda de um talento diante de uma oportunidade no concorrente ou setores afins na “guerra por talentos”, incentivar as vagas internas e ainda realizar on boarding numa nova função. Essa fase da jornada é marcada pela renovação de votos com a marca empregadora e o profissional se torna um defensor da marca. Um EVP é um instrumento que orienta o testemunho e a defesa da marca empregadora, reforçando o que é único na organização.

6. Off boarding: O término de um contrato de trabalho é a separação. Uma experiência pouco cuidadosa pode afetar toda a percepção construída ao longo da jornada e impactar negativamente a imagem da marca empregadora, especialmente nos últimos anos em que testemunhos e avaliações abertas em plataformas de interação e de análise da marca empregadora, como o Glassdoor [antigo Love Mondays] tem ganhado repercussão. Como definir atitudes, limites e contornos para que um desligamento não ponha a perder a experiência e uma relação construída. Um bom conteúdo da entrevista de desligamento pode trazer elementos para um processo de melhoria contínua na experiência de novos colaboradores e também daqueles com mais tempo de casa. Ao mesmo tempo, vale também considerar possível comparação de entrevistas de profissionais na contratação e no desligamento para avaliar o que mudou. Um ganho com o EVP é fazer deste momento é um orientador da condução do processo de desligamento e um lembrete dos valores da organização que não devem se perder apesar do momento de término da relação com a marca empregadora e, consequentemente, minimizar os riscos desta fase.

7. Alumni, pós desligamento: Uma oportunidade de criar um ciclo virtuoso na atração de novos talentos, uma vez que as práticas materializadas durante a jornada – e não só nas narrativas – reduzem as chances das frustações numa cultura vivenciada por meio de uma jornada sólida. A relação com os ex-colegas e o networking mesmo após a saída são alguns dos fatos que reforçam a experiência positiva com a marca empregadora. Ter um EVP certamente aumentam as chances de defensores da marca mesmo após o término do vínculo, continuando como um guia para o testemunho e ainda mitigar possíveis riscos de imagem e reputação.

Todas as fases da jornada do colaborador contam também com ações de comunicação, mas a força e valor da comunicação é um efeito de um EVP verdadeiro, coerente com a identidade da marca institucional, pautado na experiência dos profissionais que estão ou que passaram pela organização. Orienta não só a comunicação, mas também as ações estruturais, processos, políticas.

Construir um EVP junto com as pessoas traz engajamento, senso de pertencimento e mais legitimidade aos processos visto que conta com participação dos times na construção de caminhos para os desafios dos negócios, o que torna a marca empregadora mais atrativa para quem está dentro e também para os potenciais talentos.

Facilitação é o mindset essencial para times colaborativos. A Navigo utiliza a facilitação e o autoconhecimento para cocriar estratégias criativas de negócios e potencializar uma liderança facilitadora na solução de desafios complexos. Promovemos estrutura, processo e segurança psicológica para que os grupos de trabalho possam identificar problemas, desenhar caminhos e tomar decisões em desafios de negócios.

E você? Concorda com os ganhos de um EVP na jornada? Quer nossa ajuda para facilitar a construção coletiva com times colaborativos para mapear ou desenhar a jornada do colaborador de sua organização? Fale com a gente

EVP: A PROPOSTA DE VALOR COCRIADA NA FACILITAÇÃO

Construir uma proposta de valor ao empregado – o Employee Value Proposition ou EVP – é o primeiro passo para integrar os conceitos de marca e a gestão de pessoas, sem perder o foco do negócio. Realizar essa construção por meio da facilitação envolvendo líderes e times, fortalece o engajamento dos profissionais, dá subsídios para melhoria de gaps e gera mais atratividade de novos talentos.

Em nossa experiência e visão, construir junto com os líderes e times já é um processo de engajamento em si e ao mesmo tempo desenvolve uma liderança facilitadora, ajustando o ritmo e a sintonia em que os times operam. Um trabalho com significado individual e coletivo que mantém o prumo, cria alinhamento e assim as áreas podem remar na mesma direção. É um processo legítimo, consistente, desenhado com base na realidade, na verdade. Não é só discurso ou uma abordagem topdown. Por tudo isso, também é mais atrativo na retenção e busca de talentos e impacta positivamente o clima organizacional.

Ao traduzir num posicionamento o valor da marca empregadora, o EVP propicia uma visão mais sistêmica do negócio e permite fortalecer uma cultura organizacional. Afinal, os profissionais se reconhecem na filosofia da empresa, nas ações, no jeito de ser daquele sistema organizacional e nos ganhos dessa relação.

A construção do EVP não é uma atividade exclusiva de uma área. É um aspecto cultural da organização, assim como ocorre nas estratégias de sustentabilidade, branding ou reputação. É uma postura diante da relação da empresa com os públicos, que no caso da marca empregadora, são os colaboradores e os potenciais colaboradores. É olhar, por uma outra lente, a jornada do colaborador desde a atração do talento, o recrutamento e seleção, o desenvolvimento do profissional e fit com a cultura da empresa até eventual desligamento da organização.

O EVP é um guia para criar coerência entre as ações práticas voltadas aos funcionários e as promessas da marca empregadora; fortalecer o propósito, as crenças e a cultura da organização; potencializar a experiência na jornada do colaborador; identificar e adotar as melhorias nos planos, políticas e processos para a atração, retenção e repulsão de talentos; dar diretriz às metas e performances das lideranças e times; gerenciar as tensões e as vulnerabilidades com a visão das pessoas que vivenciam a organização e sua reputação além de orientar a abordagem das campanhas de comunicação para transmitir mensagens mais claras

É a interação entre o negócio e as pessoas. Sem idealizar uma organização perfeita, mas um ambiente capaz de propiciar um senso de pertencimento com a diversidade necessária para potencializar os diferentes talentos e suas habilidades e competências técnicas e socioemocionais.

O EVP reforça a capacidade da organização de praticar o que se propõe nas narrativas, promessas e discursos. Fundamental incluir um bom plano de comunicação interna, de endomarketing ou de atração de talentos, mas, mais uma vez, a comunicação é o efeito.

A marca empregadora é feita de ações práticas, desafios, experiências, políticas, processos e atributos que validem a promessa feita no EVP, tais como por exemplo recompensas, oportunidades na organização com um plano de crescimento ligado à autonomia, às realizações e um ambiente que inclua questões de qualidade de vida e de home office.
Novos contornos para que cada profissional também seja protagonista do seu desenvolvimento profissional, mas a organização seja um ambiente propício para essa evolução.

Independente do momento de uma organização, os benefícios colhidos na gestão de uma marca empregadora são semelhantes à medida em que o crescimento e a perenidade de um negócio dependem também da conexão das pessoas com a marca empregadora. Seja para criação de uma cultura no caso das startups ou a necessidade de imprimir um processo de transformação organizacional ou ainda uma mudança de postura e visão com novos significados para ajudar a solucionar problemas que permeiam a sociedade no caso de empresas já consolidadas no mercado. E, ao construir o EVP junto com líderes e times, marca empregadora, negócio e pessoas já saem ganhando.

Principais conceitos ligados ao EVP
  •  Employer Branding: A gestão da marca empregadora. Integração dos conceitos de marca e da gestão de pessoas. Uma proposta que norteia a estratégia de Recursos Humanos
  • Employee Experience – EX: A jornada do colaborador. Sua experiência com a marca empregadora em todos os pontos de contato.
  • Employee Value Proposition – EVP: O posicionamento da marca empregadora. A proposta de valor per si. É um caminho interessante para aterrissar a estratégia e as ações de Recursos Humanos. Mecanismos que materializam a experiência do profissional.

Facilitação é o mindset essencial para times colaborativos. A Navigo utiliza a facilitação e o autoconhecimento para cocriar estratégias criativas de negócios e potencializar uma liderança facilitadora na solução de desafios complexos. Promovemos estrutura, processo e segurança psicológica para que os grupos de trabalho possam identificar problemas, desenhar caminhos e tomar decisões em desafios de negócios.

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O QUE APRENDEMOS FACILITANDO ESTRATÉGIAS EM GESTÃO DE SUSTENTABILIDADE

Recentemente, falamos dos ganhos gerados nas facilitações quando se trata de imprimir uma cultura de sustentabilidade numa organização ou num setor. Além desses ganhos, o processo feito colaborativamente tem trazido reflexões nas dinâmicas de facilitação que ajudam na tomada de decisão estratégica das empresas e no engajamento para mais conexão com as marcas.

É claro que as respostas a essas reflexões irão depender da filosofia de cada empresa ou setor. Não tem resposta certa ou errada. Tem um olhar mais apurado das vantagens e desvantagens de uma decisão estratégica. Envolver os líderes, as áreas e os times para fortalecer uma cultura que estabeleça pontes com as partes interessadas. Isso vale também para incluir os stakeholders. Não tem uma receita ou fórmula nas facilitações. Cada caso é um caso e depende do momento também. Importante é criar os espaços de escuta e reflexões com boas perguntas.

Reflexões em facilitações envolvendo uma cultura para a sustentabilidade:

 

  • Quando a sustentabilidade é vista na organização como uma estratégia do negócio, parte do DNA, da cultura, o envolvimento dos líderes, áreas e times é mais presente. Áreas de sustentabilidade têm liderado as discussões nas sessões de facilitação para permear a gestão da sustentabilidade em toda a organização numa construção coletiva. É bem diferente quando há apenas ações pontuais e táticas capitaneadas apenas por uma área ou setor na empresa.
  • Reunir os impactos – positivos e negativos – em torno das questões ambientais, sociais, culturais, políticas e econômicas de uma organização ou setor traz mais previsibilidade e assertividade para sustentar o rumo no longo prazo diante das adversidades e vulnerabilidades inerentes na governança dos negócios.
  • Há muitos exemplos de polarizações de opiniões diante dos benefícios, oportunidades e riscos que um negócio traz para a sociedade. Ter espaços customizados para ter uma fotografia do cenário atual, das tendências, da inclusão das diferentes visões de mundo de grupos que pensam ou fazem pressão ao negócio sem querer impor ou submeter seu posicionamento. É um exercício.
  • Envolver a cadeia de valor é tão importante quanto incluir os times internos no processo e na gestão da sustentabilidade.
  • A falta de processos também cria um gap ou um overlap de atividades que torna o plano de ação capenga. Os investimentos em consultoria para o desenho de cenários transformadores nem sempre são acompanhados da implantação. A facilitação é uma maneira de implantar e engajar.
  • A confusão de papeis e responsabilidades entre as áreas. Sustentabilidade não é comunicação, mas há uma tradução das ações de sustentabilidade em materiais de comunicação. Por isso, ainda há muitas críticas no processo de desenvolvimento das ferramentas propostas, como o GRI, que materializa um relatório de sustentabilidade. Mas, muitas vezes, utilizada apenas como uma ferramenta de comunicação ou marketing e ainda se perde a conexão com a identidade da marca, da proposta de valor do negócio. Comunicação é consequência.
  • Compromissos públicos assumidos por setores ou empresas com objetivos, metas e resultados podem ser construídos conjuntamente entre profissionais de diferentes áreas, envolvendo acadêmicos, estudiosos, influenciadores e stakeholders relevantes. Nas facilitações é possível criar um processo de aprendizado, descoberta e associação de ideias. É um baita valor para o negócio.
  • Manifestos – que são declarações públicas de intenções e princípios de um setor, um projeto, uma empresa – têm o comprometimento do grupo quando feitos durante um processo de facilitação tendem a refletir mais verdade, consistência e coerência entre o discurso e a prática.

Interações sadias, focadas e significativas são capazes de transformar pessoas, organizações e até o mundo. A Navigo utiliza a facilitação e o autoconhecimento para cocriar estratégias criativas de negócios e potencializar uma liderança facilitadora na solução de desafios complexos.

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SUSTENTABILIDADE: GANHOS NAS INTERAÇÕES PARA CODESENVOLVER NOVOS CAMINHOS E SOLUÇÕES

Uma das origens do nosso trabalho de facilitação de grupos é a condução de oficinas com a participação de líderes, times e stakeholders para a governança ligada à gestão de sustentabilidade no âmbito dos negócios. Vivenciamos transformações quando a bússola apontando o propósito da organização encontra coerência entre o discurso e as ações vivenciadas de forma sistêmica nas questões de sustentabilidade, em suas múltiplas dimensões – ambientais, sociais, políticas, culturais e econômicas.

A pandemia que abala o mundo atualmente é um exemplo de conexão e integração entre os problemas complexos. O momento é delicado e acelerou algumas tendências no tema da sustentabilidade nas organizações. Impulsionada pelas declarações nas últimas cartas anuais assinadas por Larry Finch, presidente do conselho e diretor executivo da Blackrock – a maior gestora global de ativos, a sustentabilidade ganha uma ferramenta no mercado financeiro a partir dos critérios ESG (Environmental, Social e Governance), adotados para avaliar os investimentos e que agora tem expandido esse conceito nas empresas para a gestão dos riscos socioambientais das empresas e de um setor.

Essa tendência também é corroborada por organizações como SASB Sustainability Accounting Standards Board e o GRI (Global Reporting Initiative) que fornecem padrões para relatar informações de sustentabilidade que tenham maior potencial de afetar a performance financeira de uma companhia, entre outras também apoiadas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) instituídos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Há também movimentos que ampliam essa discussão, como capitalismo consciente, capitalismo de stakeholders, economia circular e Certificação B Corp, entre outras iniciativas da importância de um propósito além do lucro e de como resolver problemas da sociedade.

Em sessões de facilitação – agora também muito mais on line do que presencial – é possível criar um espaço de escuta e /ou diálogo para incluir diferentes vozes diante de pontos de vistas, ideias e opiniões em cenários complexos bem como codesenvolver caminhos e soluções estratégicas, sejam essas organizacionais ou setoriais, a fim de lidar com os impactos dos negócios para a sociedade e para o planeta.

Os ganhos das interações facilitadas na gestão da sustentabilidade
  • Ratificar a clareza de propósito, de objetivos do negócio e das iniciativas
  • Estruturar uma reflexão franca sobre os principais riscos, as oportunidades, os benefícios e os impactos disponíveis e/ou relatados em relatórios de sustentabilidade com indicadores e metas e ainda definir os próximos passos
  • Ouvir e alinhar as razões, as motivações da estratégia adotada na gestão da sustentabilidade
  • Aterrissar a estratégia para a implantação ao longo de toda a organização
  • Mobilizar para desenvolver plano de ação com os responsáveis pela operação, sensibilizando, comprometendo e envolvendo as áreas e times como agentes de transformações também
  • Trazer mais verdade, legitimidade e consistência como ponto de partida de uma campanha de comunicação
  • Engajar, engajar e engajar durante o processo
  • Incluir vozes da cadeia de valor e dos influenciadores, grupos de pressão e stakeholders, gerenciando as tensões criadas pelas polarizações
  • Criar convergência em cenários de divergência
  • Adotar medidas e ações mais assertivas, sejam elas preventivas, mitigatórias ou compensatórias, estabelecendo pontes entre a organização, o setor, a sociedade civil organizada, a comunidade, os acadêmicos e estudiosos, além dos representantes governamentais e regulatórios, entre outras partes interessadas
  • Construir coletivamente. Seja em ações pontuais, como uma convenção ou ainda numa certificação ou desdobramento de um movimento, programa, projeto
  • Diminuir a dicotomia entre a identidade real de uma organização ou setor e sua imagem e reputação
  • Refletir sobre a autorresponsabilidade individual e coletiva a serviço de um bem maior: o planeta
  • Amadurecer emocionalmente com mais autoconhecimento para administrar as pressões e incluir a saúde mental no bojo das discussões
  • E ainda: O processo das facilitações é uma forma de engajamento com embaixadores que validam os negócios no longo prazo.

A forma como as pessoas se reúnem e lidam com os mais diversos desafios fala muito da cultura da organização e até de um setor. Transformar a maneira que você reúne e lidera grupos de trabalho é o jeito mais simples de alavancar a criatividade, a produtividade, o engajamento e até levar a cultura para um outro nível.

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